"Eu não sou uma sonhadora. Só devaneio para alcançar a realidade!" C.Lispector
segunda-feira, 23 de abril de 2012
Cabelos cor de fogo, outras vezes cor de palha, incendiava tudo ao redor. Nem parecia notar, seguia sorrindo ao pisar nos milhos que deixaram às pombas. Às vezes era deixada às traças. Espantava os medos, criava asas - para se manter no chão - e não cair no labirinto de seus desejos. Tão profundos, tão intensos, tão incertos, tão secretos. Não os ousava dizer, calava o prazer. Aos (s)eus falava que o dia chegava e transbordava alegria. Nos aposentos gelados, a sós, nada dizia. Já não sorria. Ela sabia que ao ouvir aquela música, aquelas músicas, a dor iria passar. E passou, um dia. E ficou alguns anos - na melodia. Cravando a ferida, como quem nada queria. Sangrava e morr-ia.
Agora, o lado B.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Forte e lindo. Gosto.
ResponderExcluirBem-vinda por lá. Eu por aqui, fico.
Um bj
Fechada na sua concha, persistia em sonhar!
ResponderExcluirGostei dos devaneios daqui; me identifiquei em alguns... Seguindo! Abraço
ResponderExcluirTem gente que esquece do B e fica só na A.
ResponderExcluir