"Eu não sou uma sonhadora. Só devaneio para alcançar a realidade!" C.Lispector

domingo, 8 de março de 2009

dois.

Lá estão: dois que são quase um, como a matemática pode errar tanto assim? Para eles, somando-se dois dá-se um.
São complementos e remendos. Ela para tapar os buracos de mágoas passadas que há nele, e ele para remendar as palavras soltas e formar frases da qual nem ela mesma entende para a compreensão externa. Brigam sempre quando um se esquece de apagar a luz, mas ah, como esse sentimento tolo não reduz!
Só aumenta, só lhes dá mais vontade de saber um do outro, de conhecer até os mais íntimos e impuros pensamentos, os desejos mais sórdidos e mais sombrios. Sem medo, querem descobrir tudo sem pré-julgamentos - na verdade sem julgamento algum.
Querem coexistir e existir um no outro. E pouco a pouco se tornam arco-íris, que não tem graça se faltar uma única cor que for.
Entrelaçam as mãos e sonham acordados em uma tarde de sexta-feira, deitados na grama do parque. Roçam-se, como dois cachorros a se amarem.
Que passa eles sabem, mas no momento são um... um que passa junto. que anda no mesmo passo, no mesmo passo que o mundo.
conjuntos.

5 comentários:

  1. Há uma certa verdade em tudo,
    que gera, que transforma tantos
    sentimentos, que muda tudo!
    Que faz até a matéria se juntar
    e o que era dois virar um!
    Adorei!

    bjosss

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  2. "E pouco a pouco se tornam arco-íris, que não tem graça se faltar uma única cor que for."
    Mais pura verdade!

    Amei o texto! Lindo!

    Beijos

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  3. lindo meu *-*
    adorei o 'Roçam-se, como dois cachorros a se amarem.' sei que não era pra ser engraçado (ou era?) mas eu ri.

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  4. Gostei do jogo entre as palavras e do jeito sincero. Dá vontade de entrar no papel e encenar junto com todo esse enredo.

    =*

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"Eu vou me acumulando, me acumulando, me acumulando - até que não caibo em mim e estouro em palavras." - C. Lispector