"Eu não sou uma sonhadora. Só devaneio para alcançar a realidade!" C.Lispector

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Os sinos se dobram em uma
melo
dia
gostosa para os ouvidos de quem a escuta.
Porém,
os carros com suas buzinas e motores
e gente gritando ao trânsito
abafam esse canto de anjos.
Afobados seguem para suas
rotinas,
retinas não mais se encontram.
Pupilas dilatam-se à luz do semáforo
que ofusca a luz do Sol.
Sal,
salário
não salgado para o trabalhador diário.
Mas eu ouvi,
mais alto que a sinfonia do tráfego infernal
a verdadeira música.
Quem diria?
É dia.

5 comentários:

  1. Entre você e o mundo há o cotidiano - o cotidiano como critica do mundo. Muito bom! Parabéns.

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  2. E quem diria que viveríamos em um mundo como esse? O futurismo que tanto inspirou alguns poetas modernista tomou conta de nossas vidas.
    Gostei muito desse texto. Estou em dúvida se posso julgá-lo como poesia ou micro narrativa...
    Ainda essa semana coloquei algo parecido em meu espaço. Se puder, apareça. Ele foi recém criado.

    Abraço.

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  3. Curto, direto, encantador.
    Amei em especial "Os sinos se dobram em uma
    melodia gostosa para os ouvidos de quem a escuta.
    Porém,
    os carros com suas buzinas e motores
    e gente gritando ao trânsito
    abafam esse canto de anjos."
    :)

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  4. Por quem os sinos dobram mesmo?
    Enfim, é dia.

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  5. E assim, até o caos desse cotidiano fica bonito! Adorei!

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"Eu vou me acumulando, me acumulando, me acumulando - até que não caibo em mim e estouro em palavras." - C. Lispector