Ela desejava conhecer o Mar Morto, queria comprovar de qualquer maneira que havia algo mais morto que sua própria carne em estado de putrefação bem camuflada. Assim como aquelas águas solitárias e impenetráveis ela era, também carregava o excesso de sal, que saia pelos seus olhos transbordantes de tristezas incompreendidas. Nada penetrava sua alma, e tudo que já havia nela parecia morrer cada dia mais.
Sem ao menos chegar à superfície para respirar, ela se afogava dentro de si, e assim como a vegetação dos lugares secos e áridos, ela vivia se entortando toda, tentando ser acolhida pela terra.
Ela tinha aquele olhar de esfinge calada, de quem havia sofrido por inúmeras vidas, que ninguém compreendia, ninguém decifrava. As vezes ela mesma chegava a se surpreender, descobrindo e redescobrindo segredos próprios, se perdia no labirinto que a compunha. Olhos que guardam segredos que nem ela sabe, que viram muito do que ela ainda não viu. A janela de sua alma estava explicitando que era mais antiga que o corpo que a protegia.
Os pensamentos que ela possuía pertenciam a outro plano, era mente de quem já viveu muitos anos além da imaginação, mente de espirito velho...
Então, tristemente chegou a uma conclusão: a única coisa capaz de se parecer um pouco com ela era um mar...
um mar morto.
[e que, ironicamente, iria matá-la]
O final foi simplesmente: perfeito...
ResponderExcluirParabéns!
Saudades!
Abraços!
Eis o mistério literário.
ResponderExcluirAdorei o desfecho da trama.
Beijocas
sensacional moça...
ResponderExcluirobrigado pelo comentário lá no blog da Poetíssima no último post
fico honrado...
visite-me se puder
bjo Jéssica
Belo texto!
ResponderExcluirEstou imaginando o olhar de esfinge calada...
Beijos!
Muito bem escrito, com um final soberbo, parabéns!
ResponderExcluirBeijinhos,
Ana Martins
Triste, mas a tristeza tem lá sua beleza, ainda mais com palavras tão bem escolhidas.
ResponderExcluirBejo!
Ah, e obrigado pelas palavras do comentário.
ResponderExcluir;D
ai!
ResponderExcluirisso é tão você
e toca tanto em mim...!
beijos,
e luz e sol e amor
Jéssica,
ResponderExcluirCarregar "a memóra das idades" pesa.
Por isso mesmo, nos é dado o beneplácito de esquecer...
;)
Beijos, querida.
Marcelo.
Trágico, mas não deixa de ser bonito. O jeito que você escreve, fazendo as comparações que faz me prendem a ler mais e mais. Parabéns!
ResponderExcluirQue bom que não abandonou. Sua presença é sempre bem vinda! Sei como é quando tá chegando o final do ano, rs. Beijo, moça.
SAUDADONA DE VC; BJÃO !!!
ResponderExcluirPerfeita tradução de uma alma já cansada do maltrato da vida. Várias vezes me sinto assim, mas tudo é um recomeço e eu percebo que ainda vale a pena lutar mais um pouco.
ResponderExcluirMe senti sendo levada para o fundo do mar morto...
ResponderExcluirPeranto meus olhos gelidos e sem vida...
Explendido!!
Beijo
Olá!!!
ResponderExcluirBoa noite, tudo bem?!
Que bom poder voltar aqui pra dizer que estava com saudades...
Posso entrar?!
Você tem sempre passagem livre no meu cantinho...fique a vontade!
Abraços ternos,
Poetíssima #
Muito bom mesmo...bem sensato...
ResponderExcluirparabens...